5. Fruto Venenoso
O entusiasmo do jovem Bahu e a calma do experiente Dozo conquistaram a confiança dos chefes da aldeia de Yejion, situada entre a quinta irmã e a pedra litorânea que lhe dava nome. Foi um momento de alegria para eles, mas Bahu sentia-se frustrado por não ter encontrado seu pai. Yejion, situada no que parecia ser uma península era o fim do caminho que haviam tomado. Jiam não poderia ter passado por lá.
Longe dali, Jiam e o cavaleiro Lahal de Sihala seguiram trilhas separadas. Cada um foi para uma das vilas avistadas, com a missão de converter seus habitantes para a causa Oumaji e assim ampliar suas alianças. Se aproximando da aldeia próxima ao oásis, Lahal pôde ver que no local havia uma ruína antiga, entre duas montanhas de pedra amarelada.
A aldeia visitada por Jiam repousava no limite do deserto, cercada por encostas frias recobertas de uma vegetação alta e exótica, repleta de animais. As encostas conduziam até uma majestosa montanha, no alto da qual havia a ruína do que parecia ser um antigo castelo.
Em Sihala, após núpcias e trocas de presentes, Jiamadu, partiu sozinho em seu cavalo, indo para o leste a fim de cumprir sua missão de encontrar o pai e alertá-lo para os perigos descritos pelos nômades que agora viviam na capital.
Em Lim, um conhecimento imemorial, transmitido pelos nômades ao povo local, começou uma verdadeira revolução na vida da planície central. Inicialmente o povo de Lim ficou alarmado ao ver os estrangeiros colhendo os frutos do cacto e alertaram: “Vocês não sabem que isso é venenoso? Comer o fruto do cacto pode até paralisar suas pernas para sempre!” Mas os nômades conheciam uma técnica tediosa porém eficaz para extrair o cianeto tóxico do fruto. Era preciso raspar a casca, ralar o fruto duro, lavar, ferver, deixar a massa repousar por dois dias e depois assar. O resultado era uma farinha grossa e granulosa que podia ser hidratada com um pouco de água quente, como trigo de cuscuz. O cacto era muito mais abundante que o trigo e estava disponível o ano inteiro. Sua farinha pode ser guardada por longos períodos ou levada em viagens. Com essa nova fonte de alimento, Lim poderia alimentar com segurança uma população muito maior que a atual.
Lim vivia uma fase de vibrante otimismo. Os jovens locais, excitados pela partida dos seus líderes e mentores em viagens e aventuras, passaram a treinar duro na arte e ofício da cavalaria. Era a nova e poderosa safra dos Cavaleiros de Lim.
Antes: 4. Lahal e Hama
Depois: 6.