Trafalgar – Uma relíquia restaurada
Durante escavações no sítio arqueológico do escritório, encontrei vestígios de um pergaminho imemorial. Parcialmente destruído pelos capangas de Cronos (traças, mofo, poeira e degradação), o frágil objeto tinha rasgos, manchas e o conteúdo ali gravado originalmente com o uso de grafite, como faziam os antigos sumérios, encontrava-se praticamente apagado.
A preciosidade tem o título de “Trafalgar” e é uma história curta e bem humorada de ficção científica em quadrinhos, desenhada por um garoto de 13 anos como o mesmo nome que eu. A coincidência desse material ter aparecido nos meus arquivos me faz desconfiar que talvez eu mesmo seja (ou tenha sido) esse menino.
O processo de restauração digital foi porcamente executado ao longo de diversos momentos de ócio criativo. Procurei não retocar demais o original, buscando tão somente permitir que se tornasse inteligível. Alguém pode pensar que tal conservadorismo tenha sido motivado por algum imperativo ético em relação à autenticidade da obra, mas a verdade é que foi metade por preguiça, metade por falta de tempo e a terceira metade foi desconhecimento técnico.
Assim, apresento-lhes “Trafalgar” como prova de que na vida não fiz apenas filmes, músicas e textos sofríveis . Também fiz HQs sofríveis.