A Separate Peace

A Separate Peace

O fantástico livro As Vantagens de Ser Invisível (que teve sua indicação feita aqui) cita várias músicas e alguns outros livros. A Separate Peace é definitivamente um que merece sua atenção.

Existe edição em português intitulada Uma Ilha de Paz, mas acredito estar esgotada, pois não está disponível na Amazon (ah, as vantagens de ler digital…).

Não espere nesse clássico de John Knowles a mesma sensibilidade e dilemas que encontramos na obra prima de Stephen Chbosky. O contexto é diverso, o momento é outro.

Aqui acompanhamos as reflexões de Gene, um jovem introvertido de 17 anos, em um colégio interno só para meninos durante o verão de 1942, pouco após os Estados Unidos deixarem de ser uma país neutro na Segunda Guerra Mundial.

Seu melhor amigo, Phineas, poderia ser seu oposto: um atleta bonito, provocante e temerário.

Como uma metáfora da guerra, um acontecimento extingue a inocência desses meninos, assim como do mundo em que vivem.

Deixo aqui três passagens do livro, com livre tradução a partir da versão em inglês lida.

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Todo mundo tem um momento na história que lhe pertence particularmente. É o momento em que suas emoções atingem sua influência mais poderosa sobre ele, e depois, quando você disser a essa pessoa “o mundo hoje” ou “vida” ou “realidade”, ela assumirá que você quis dizer aquele momento, mesmo que tenha ocorrido cinquenta anos atrás.

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Ele falou, “Vamos à praia!”

A praia ficava a horas de distância de bicicleta, proibida, completamente fora de nossas atividades. Ir lá arriscaria expulsão da escola, iria destruir o planejado estudo que eu pretendia para uma importante prova no dia seguinte, explodiria a quantidade razoável de ordem que eu gostaria de manter em minha vida, e também envolvia aquele tipo de pedalada longa e pesada que eu odiava. “Tudo bem,” eu respondi.

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Naquele momento, eu deveria ter dito a ele que ele também era meu melhor amigo e retribuir o que ele havia falado. Eu comecei a dizer; Eu quase falei. Mas algo me segurou. Talvez eu tenha sido impedido por aquele nível de sentimento, mais profundo do que o pensamento, que contém a verdade.

Marcos Felipe Delfino

Marcos Felipe Delfino

Nascido em 1975, Marcos Felipe, também conhecido como Marquinho, ou Marquito, ou Kinets, já tentou ser músico, fotógrafo e cineasta entre outras frustrações. Hoje é servidor público.

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