Stutz

Stutz

“Qualquer um pode pegar uma experiência desagradável e transformá-la em uma oportunidade.”

Quando perguntado por que havia resolvido fazer esse filme, Jonah Hill responde que queria que outras pessoas passassem a conhecer as ferramentas que ele havia aprendido em suas sessões de terapia e que o ajudaram a vencer sua depressão e, de uma forma geral, ter uma vida melhor.

As ferramentas foram criadas pelo psicanalista Phil Stutz, que dá nome ao documentário, e partem do pressuposto que todo mundo, absolutamente qualquer pessoa, está inexoravelmente preso a três Aspectos da Realidade que não podem ser evitados: Dor, Incerteza e Trabalho Constante.

Após o aceite dessas constâncias e do entendimento do que Stutz chama de Força Vital – a pirâmide de três níveis que compõe o nosso “Eu”: (i) o nosso relacionamento com nosso corpo físico, (ii) o nosso relacionamento com outras pessoas e (iii) o nosso relacionamento conosco mesmos, então é necessário tomarmos conhecimento de que existe uma força invisível que nos impede de mudar, o grande vilão em nossa busca por evoluir, batizado por Stutz de Parte X.

A partir do entendimento dos Aspectos da Realidade, de sua Força Vital e da Parte X, então as ferramentas ficam disponíveis para sua utilização: a Corrente de Pérolas, a Sombra, o Reino da Ilusão, o Labirinto, o Amor Ativo, a Aceitação Radical, o Fluxo de Gratidão e o Processamento da Perda.

Tratado assim rapidamente, corre-se o risco de deixar parecer que o método proposto por Stutz seria uma banal receita de solução de seus problemas. E é por isso que você precisa ver o filme. Seus belos 96 minutos nos mostram que não se trata de uma receita, mas de um mindset que nos ajuda a ultrapassar nossas dificuldades, sendo justamente esse o moto por trás do método: “Qualquer um pode pegar uma experiência desagradável e transformá-la em uma oportunidade.”

No Brasil, embora o cartaz do filme tenha trazido um retrato de Jonah Hill, o filme não é sobre o ator. Ele é “apenas” o diretor e o condutor da conversa com o médico Phil Stutz.  De qualquer forma, a jogada de marketing funciona em prol da narrativa ajudando a combater a absurda ideia de que as pessoas que nós admiramos estão isentas dos problemas que nós temos. Afinal, até mesmo Jonah Hill precisa de ajuda.

Marcos Felipe Delfino

Marcos Felipe Delfino

Nascido em 1975, Marcos Felipe, também conhecido como Marquinho, ou Marquito, ou Kinets, já tentou ser músico, fotógrafo e cineasta entre outras frustrações. Hoje é servidor público.

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